Ao ler o texto do Professor Marcos Fernades da FGV, postado no item anterior deste blog, logo salta aos olhos os dois elementos mais marcantes, e que se consubstanciaram na grande falha moral do Capitalismo atual.
A primeira diz respeito ao paradoxo GANANCIA x AMBIÇÃO:
Ambos os termos são cunhados por um traço marcante, o INDIVIDUALISMO, aquilo que se experimenta de forma intensa na democracia contemporânea, a liberdade exacerbada do "eu", e pior ,do "meu".
Aquilo que se reflete nas expressões consumidor, acionista, mas que não podem andar sem o conceito de cidadão, já que partes componentes e indissociáveis deste.
Os consumidores dos produtos das grandes corporações e os incentivadores financeiros da ciranda, os acionistas. E que, nestes casos são tão correponsáveis pela crise quanto qualquer executivo bonificado. Todos inflaram lucros inexistentes. São portanto culpados.
A segunda diz respeito às questões regulatórias, ditas pelo professor inexistentes. Coisa inadequada, pois o segundo nome do Capitalismo contemporâneo é MARCO REGULATÓRIO.
O que inexistiu foi o controle e fiscalização por parte dos acionistas, consumidores, mas especialmente por parte do cidadão. Veja que o Estado neo-liberal nesta equação, foi o grande garantidor do apocalipse econômico, enquanto mantinha guardadas as liberdades institucionais, fachada da grande lavanderia de capitais que agora estamos vivenciando.
O quer parece mais incrível é que não se trata de uma crise de fim de modelo, pois ainda estamos consumindo gasolina e água como se não fossem acabar.
O que estamos vivenciando é apenas a reacomodação (um eufemismo para reapropriação e lavagem de ativos) dos direitos de sobreviver ao fenômeno da volatilidade das expectativas exuberantes irracionais.
Já havíamos relatado a sequencia de ações securitárias que a economia real esta prestando à economia irreal, em nosso post "Patrocínio da Imcompetência".
Além disto, também sugerimos que a globalização não é um fenômeno econômico, mas genético, o que muda completamente o paradigma de expectativas sobre a circulação de riquezas, que não mais se encontra no "perpétum mobile" do capital, mas da continua associação em redes de pessoas, estas de fato a grande riqueza.
A questão posta é simples, a crise econômica foi legitimada pela falta de controle coletivo, pois os interessados, todos eles, e quem sabe em que medida cada um de nós, permitimos docemente esta tentativa fantasiosa de enriquecimento de indivíduos particulares em detrimento da sustentabilidade geral.
A América, a grande nação irracional, embora colorida e exuberante, matém uma grande quantidade de animais conservadores que ainda pensam-se individuais, e começam um movimento contrário ao Presidente Obama, com o seguinte slogan:
O que é meu não é seu e vice-versa, quando não afeta o que é nosso, de outra maneira, aos diabos com o conservadorismo capitalista.
Fábio André Chedid Silvestre
NMConhecimento
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