segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

CERCO À REPÚBLICA.


Sábado de manhã, tomando um café com esfiha, na Rua Dr. Muricy, ao lado do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, uma bela página de jornal me caiu nas mãos, bem escrita e diagramada.

Lia e pensava!

Todo o processo que levou à transição da Monarquia para a República no Brasil, é revestido de uma aura poética, em que o período arcaico é substituído por uma nova fase, mais contemporânea e adequada aos preceitos da vida democrática.

A realidade é outra, o mito da transição pacífica e da mudança natural não corresponderam ao que efetivamente se viveu.

O Brasil era e continua arcaico, as oligarquias que impediam as mudanças ainda graçam e reinam.

Em artigo magistral no jornal Gazeta do Povo (de 01/02/2014), ao celebrarmos os 120 anos do Cerco da Lapa, episódio épico que marcou profundamente a alma paranaense, Laurentino Gomes (Os 120 Anos do Cerco da Lapa e o Preço da Consolidação da República), aborda de forma coerente a história perpassada.

Naquele momento, onde as tropas rebeladas dos caudilhos gaúchos enfrentava a nova ordem republicana, dos marechais alagoanos, o Paraná no meio do caminho resistiu na Lapa até a morte do General Carneiro,



e resistiu em Curitiba, até a morte do Barão do Cerro Azul.




Passado este século e pouco a República Federativa do Brasil está consolidada?

Se em 1894 uma série de conflitos armados explodia em todo o território nacional, ainda exigindo a lâmina da baioneta para o acertamento constitucional forçado;
Se em 1904 vivíamos em estado de sítio decretado pelo Congresso Nacional;
Se em 1914 participávamos de nossa primeira guerra como Nação Mundial;
Se em 1924 vivíamos uma série de levantes "tenentistas" por todo o território;
Se em 1934 ganhávamos uma nova Constituição totalitária caudilha;
Se em 1944 participávamos de nossa segunda guerra como Nação Mundial;
Se em 1954 suicidava-se o caudilho Getúlio;
Se em 1964 fomos novamente tomados por "Marechais", que desprezavam o operariado esclarecido;
Se em 1974 vivíamos nosso primeiro "milagre econômico";
Se em 1984 retomávamos nossa marcha democrática;
Se em 1994 ganhávamos nosso primeiro plano econômico de razoável estabilidade;

Em 2004 os civis Lulistas montaram a maior quadrilha de desmoralização do processo democrático jamais imaginada, para comprar o consenso e fraudar a liberdade.
Em 2014, uma pequena parcela da "camarilha bolchevique", sindicato-fascista, está cumprindo pena por crimes financeiros, mas não os de terrorismo republicano... A outra parte continuará negociando com a elite arcaica que sempre esteve ao lado dos "Marechais" de plantão.

A REPÚBLICA ESTÁ CERCADA, mas não haverá combates, apenas o simulacro da "Copa do Mundo de Futebol em 2014".

O Brasil é a mesma Nação retrógrada e indecisa do Século XIX, basta comparar com seus pares.

Será que é possível passarmos a República a limpo através das eleições?

O voto é a bainoneta do presente.

Fundemos um novo Cerco da Lapa e resistamos até o último decente.

O que será de nós em 2024 ..........?!............


Fábio André Chedid Silvestre
NMConhecimento