quarta-feira, 13 de maio de 2009

Um APL de Turismo Cultural nos Campos Gerais



O Turismo tem desenvolvido vertentes cada vez mais especializadas, qualificando-se por segmento.

Um deles é o Turismo Cultural, onde predominam os destinos que contenham ou programação cultural variada, ou seja ele próprio Patrimônio cultural, ou ambos.

Os Campos Gerais do Paraná, uma locação geográfica preponderante no segundo planalto do estado, distante cerca de 100 Km da capital Curitiba, caracterizou-se por sua história marcada pela presença dos índios, depois dos Tropeiros e mais recentemente dos imigrantes europeus que ali vieram desde os fins do século XVIII.

Politicamente fazem parte desta organização geográfica um conjunto de 18 municípios, associados através da AMCG (Associação dos Municípios dos Campos Gerais), e que mantém traços muito semelhantes, tanto nos aspectos de natureza e meio ambiente, como da presença marcante das culturas européias, coisa também observada nas regiões vizinhas, o que expande a oportunidade de oferta de conteúdos culturais.

Por ser uma região muito bem servida de infra-estrutura física de mobilidade (estradas), e pela proximidade média entre os municípios componentes, tem sido fixada como rota turística oficial, tanto ecológica e rural como cultural, nos aspectos de patrimônio histórico.
Tais características são reconhecidas pelo poder público, quando em nível estadual criou o a rota denominada “Cenários do Tempo” e no âmbito federal a “Rota dos Tropeiros”.

Em linhas institucionais gerais a região esta bem servida de destinos e roteiros, mas pode ser muito melhorada à medida da formação de um Arranjo Produtivo Local (APL), para consolidar a integração entre economia, governança público-privada e desenvolvimento sustentável.

O conceito de APL já é bem desenvolvido no Paraná, através da ação das iniciativas locais, do governo do estado, da Federação das Indústrias/IEL, bem como foi recentemente matéria da edição dominical do jornal Gazeta do Povo.


Cabe conceituar APL, que pode assim ser entendido:

Arranjos produtivos locais são aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e
sociais - com foco em um conjunto específico de atividades econômicas - que apresentam vínculos mesmo que incipientes. Geralmente envolvem a participação e a interação de empresas - que podem ser desde produtoras de bens e serviços finais até fornecedoras de insumos e equipamentos, prestadoras de consultoria e serviços, comercializadoras, clientes, entre outros - e suas variadas formas de representação e associação. Incluem também diversas outras instituições públicas e privadas voltadas para: formação e capacitação de recursos humanos (como escolas técnicas e universidades); pesquisa, desenvolvimento e engenharia; política, promoção e financiamento
.” (CASSILATO e LASTRES, 2003)

Contudo, ainda não existe no Paraná nenhum arranjo produtivo de caráter turístico cultural, como há no Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro entre outros.

Assim, os Campos Gerais já tem maturidade crítica e experiência suficiente para o desenvolvimento e posicionamento de seu próprio arranjo produtivo local, pois possui:

L – Territorialização definida com identidades geográfico-política;
P – Vocação desenvolvida a partir das tradições histórico culturais, com amplo patrimônio histórico material e imaterial;
A – Sinergias entre os atores identificados, através da AMCG e das parcerias que esta instituição tem dimensão para realizar local, estadual, federal e internacionalmente;
Um exemplo brilhante desta fase é o Projeto do Parque Histórico de Carambeí, que servirá de cenário para a comemoração dos cem anos da imigração holandesa nos Campos Gerais em 2011.

Estamos atingindo um ponto de evolução adequado para o desenvolvimento do Arranjo Produtivo Local de Turismo Ambiental dos Campos Gerais.




Fábio André Chedid Silvestre
NMConhecimento

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